terça-feira, 7 de fevereiro de 2006


Você não tem uma palavra
que sele meus sonhos
e me faça adormecer
quando a madrugada
trouxer a solidão?

[nunca soube do sol as trilhas que partem pra lugar algum,
feitas de silêncio e grama com cheiro de infância]

Você não virá dizer
que conhece a saída
pra dor que esfacela
as reminiscências
do azul feito de restos?

[nunca descobriu os segredos da chuva das tardes de Belém,
feitos de jambeiros floridos e pássaros poentes]

Sentiu que era inútil prosseguir
Sentiu que era sofrido amanhecer

As feridas
cauterizadas
Os nós da alma
atados
As linhas do destino
alinhadas
Procurando o fim

E havia sombras, onde reluzira
E escutava-se medo, onde sorrira
E alimentava-se culpa, onde sonhara
E reinava o pesar, onde amara

2 comentários:

Anônimo disse...

'Os nós da alma'. Imagem sublime,Douglas. Em um poema esplêndido.

Saudações

Bell... disse...

Douglas...
"Os nós da alma
atados..."
palavras que explicam...

gostei...
bjs*