sexta-feira, 25 de agosto de 2006


é feito dor
que escrevo
poemas embravecidos
fustigados pelo tempo
circunscrito na palma das mãos
do pálido aceno
que te levou daqui
mas não me deixou
a solidão
(carros, pessoas, livros,cigarros, canções
só aumentam a brevidade incômoda
desse amor que passou
d
e
s
a
b
a
n
d
o
a certeza de mim)

sábado, 19 de agosto de 2006

desfaz-te
ilusão suspensa entre a brancura das nuvens
e o peso esquecido das folhas de papel
entulhadas na gaveta da escrivaninha
desse quarto
onde passas horas
e horas
e horas
rabiscando frágeis poesias
perdido da infância
abraçado à saudade
que perfura os ossos
que corrói a certeza
TORNIQUETE
apertando-te o coração e as palavras
esparsas imagens diante do rosto
envelhecido
cansado
medroso
desse homem
fazedor de invisíveis mundos
onde só um pode habitar

quarta-feira, 9 de agosto de 2006

yolanda velazquez
CANÇÃO GUARDANDO AURORAS

as horas marcavam
aquilo que inexistia
longe de ti

– foi o vento que trouxe
teu nome de volta
escrevendo outro destino
nas páginas vazias
das minhas canções –