segunda-feira, 18 de junho de 2007

chegas como chega um estranho
mas este é o teu lar
são teus os livros
tuas as botas
o medo de não saberes
onde cansado repousarás


e paras



por um instante




há algo faltando ali
algo faltando em ti



na tessitura do destino
condenado a si mesmo
escapou-lhe a solidão

imagem de siegfried

segunda-feira, 4 de junho de 2007


A noite acabou, meu amor
e você não esteve aqui.
Tinha outros mundos por descobrir,
eu sei.
(Não passo de um tolo escrevinhador de estrelas sem lar.)
Mesmo assim eu fui lá fora
descobrir estar vazia a cidade,
com tantas pessoas ocupadas e sorridentes.
(Até hoje, mantive-as longe daqui. Longe daqui!)
O nosso esconderijo, meu amor
de você esteve rarefeito.
Ruiu aceleradamente.
Nervoso.
Amargurado.
Carcomido pelo medo,
de nós dois.
Para sempre, você disse.
Mas o sol chegou mais cedo,
a mim vindo despertar.
Como quem nos rouba
um sonho bom.
Para nunca mais.