domingo, 18 de julho de 2010

inexiste tristeza quando se está absorto, disse. a perda multiplica-se sob o efeito do oxigênio, daí a necessidade desse sufoco que agora habita o meu peito, disse. interromper todo e quaisquer sonhos antes que finquem raízes aborta o fracasso, disse. a dor é maior que a solidão porque alimenta-se da felicidade, por isso disfarço sorrisos e trancafio esperanças no que ensimesmo em palavras, disse. veio o fim de tarde e com ele pancadas de chuva. o inverno pareceu-me menor quando visto de fora.

3 comentários:

Angela disse...

Perfeito.Sem oxigênio, sem luz, escuro e absorção. No olho de todo furacão se está a salvo.
Bom ter algo de suas teclas para ler.

dani carrara disse...

este texto me fez lembrar uma imagem de um conto que li tem tempo

um homem sonha que morreu e qdo no caixão um gotinha de água começa cair no seu olho esquerdo, atormentandoo

eu sempre releio seus textos...

um abraço

dani

Anônimo disse...

É simplesmente lindo pela sabedoria intrínseca imbuida da práxis que o carrega.
Parabéns! assim me sinto hoje... poemas funcionam como antidotos.