domingo, 21 de janeiro de 2007


escapo à solidão que não soube me devorar, em silêncio. os odores da madrugada vêem-me verticalizar o prenúncio duma aurora possível de ser sonhada, sem ti. espantalho, desfiz o nó do medo e cementei meu coração. só o que pedi era pra que amanhecesses meus girassóis.


não há mais rastros da saudade
somos dois estranhos inventados por nós mesmos
neste quarto limpo de vida
a recortar nossa história em pedacinhos
VISÍVEIS demais para serem ignorados
DISTANTES demais para serem caminhados
MEDROSOS demais para serem amados
PATÉTICAS amostras dum fim arrastado

terça-feira, 9 de janeiro de 2007


quando a descrença
apodera-se de mim
não quero saber
do tempo a demorar
enfiado em si mesmo
preso às coisas banais
aos pormenores viciosos
e às incômodas minúcias
apalavradas com a sanidade

quero apenas escapar
desse deserto imune às cores
e dentro de uma nuvem cheia
ser capaz de chover felicidade
pra desertar dessa tristeza tão imensa
alimento da tua ausência inacabada
bem maior que a solidão

segunda-feira, 1 de janeiro de 2007

eduardo naranjo

gotejante veneno
descendo
corpo abaixo
narinas vedadas
coração estacionado
punho enfiado no eixo
do amor
só o que importa
QUEDA