sexta-feira, 13 de outubro de 2006


pro Celso, antes dum amanhecer.


amor-comprimido
tiros de festim ecoando
sob a benevolência
duma manhã que não chega
e nem sai daqui
(minha esperança malsã)

nossos corpos são restos de medo
nossas preces são vidas prescritas
sabemos bem qual o nosso lugar
e por lá ficamos quietos
perpendicularmente a sós
(lucidez amargurada e vã)

5 comentários:

Anônimo disse...

os restos do medo, são os sobreviventes dos amores vãos.

muito honrado pelo texto, Douglas. A inspiração foi superada por este poema.

Sds

m.t. disse...

a sós, entre o medo lúcido
e a esperança, em vão.
esperas por mais uma aurora antes de anoitecer?
eu queria poder ver o sol brilhar nos teus olhos,
mas a morte os contemplou primeiro
e agora tuas pálpebras cansadas
trazem pranto ao meu olhar

-drika amaral disse...

medo e amor.
Velamos sempre ambos.
Escondemo-os,lutamos.
Como podemos fugir deles?
Não podemos.
Mas,sempre, fingimos poder.

Bela poesia ;)

Bruna Rasmussen disse...

o medo e o amor. juntos.

lindo, lindo.

beijos

Gisele disse...

Puta merda (eu, como Beatriz Viterbo, deveria ser mais polida, mas vai "puta merda" mesmo), e eu que achei que tinha um blog melancólico!