[acometo-me] hoje dormes ao meu lado sem notar o quanto de mim já morreu [naquilo que sonhas]
quinta-feira, 30 de julho de 2009
imagem de dorothea tanning
[assombra-me teu sorriso] hoje escolhes a esmo meus fracassos e o homem que serei
domingo, 28 de junho de 2009
teus olhos há pressa em devorar-me céu dor medo as cores todas que sabem meus amanhãs
(imagem de carrie ann baade)
terça-feira, 2 de junho de 2009
aquilo que resta
deve ser estrangulado
todos os dias
meticulosamente
diante de nós
porque amor
porque não mais
domingo, 26 de abril de 2009
imagem de eduardo naranjo
responde, pai a este resto de homem por que o medo de te amar roubou-me de mim
sexta-feira, 3 de abril de 2009
imagem de andre martins de barros
ruminavas contigo insegurança e um monte de mentiras enquanto eu disfarçava minhas fraquezas com diálogos intermináveis numa paródia barata de quem fomos epílogo estrangulado a quatro mãos
quarta-feira, 4 de março de 2009
imagem de beau white
eu não sou feito das tripas que alimentam o teu ódio amargam a tua existência rapinadora de sonhos e nem vivo a esconder-me atrás dessa saudável felicidade que inventas com as mãos precisas de quem sabe mentir
[porque é só o que te resta porque é só o que te cabe porque é só o que te mantém assim]
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
imagem de eric zener
nada incomoda. nem os móveis da sala ou o tiquetaquear do relógio de parede que pertenceu ao meu avô. sequer o fato de o quarto estar vazio e exemplarmente asséptico, exceto por um pouco de poeira acumulada no rodapé. sigo a rotina cujo fim desconheço [sobreviver ao medo mastigar a demência fingir equilíbrio dormir ao amanhecer] ontem pude observar você caminhando pelo outro lado da rua. eu era sombra. quisera ser destino.
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
imagem de ada rosa rivera
acabamos sós nenhum amor será suficiente pra nos livrar desse destino ou mesmo aliviar o peso o vazio a angústia que chega antes do fim por mais que esperancemos eis a única verdade acabar todos acomodados sei lá de qual maneira um aglomerado de corpos empalhados por um deserto inominável agarrados aos derradeiros suspiros da vida sozinhos e de nada valerão preces pois simplesmente estaremos em algum canto consumidos pela exatidão do tempo pra depois sermos punhado de memórias e adiante nada mais receio que seja isso nada além disso
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
imagem de vicente dopico lerner
[disseste]
não caibo mais aqui não respiro quando estou ao teu lado
[fui-me]
carregando nos olhos o mesmo céu que amanhã sorrirás
quinta-feira, 1 de janeiro de 2009
parte e leva contigo a esperança antes que o próximo sol desperte meus sonhos e não haja mais tempo pra perder você