segunda-feira, 23 de janeiro de 2006

nas calçadas desta cidade úmida e desmemoriada, o vazio sobrevive cercado por

corpos-sentenças


[cabeças, troncos e membros amontoados numa prostração mordaz, esquecidos no tempo, estagnados ao léu, lambuzados numa estética crua]


nas esquinas desta cidade cravada no meio do rio, o luar cresce limitado por

sombras-cadências


[tateando as horas, admito a exatidão das minhas perdas, subscrevo o lamento do próximo amanhecer e afogo-me nos cantos hipócritas da minha alma]

4 comentários:

Lua em Libra disse...

Tua cidade de restos estraçalhados é tão humana, poeta, mas tão terrivel e desconcertantemente humana. Demasiado humana, a tua cidade da madrugada de formas indefinidas, os sentidos pobres, torpes, podres. Bendita a tua cidade, tão real e dura.

Anônimo disse...

poesia-prosa ácida, cortante, Douglas. 2 blogs de textos de alto nível, então!! vou vir aqui com mais freqüência.

no blog de rock (http://deadmenandlollypops.blogspot.com) tem um texto sobre o Floyd. Passe lá.

saudações

Lívia Condurú disse...

afogar, afogar...
r
.u
..i
...r
....em si...

mas é isso aí...
necessidade de reiventar-se...
ou de se conhecer, mesmo que submerso em cantos hipócritas.

Cláudio B. Carlos disse...

Oi!

Maravilha!

*CC*