nas calçadas desta cidade úmida e desmemoriada, o vazio sobrevive cercado por
corpos-sentenças
[cabeças, troncos e membros amontoados numa prostração mordaz, esquecidos no tempo, estagnados ao léu, lambuzados numa estética crua]
nas esquinas desta cidade cravada no meio do rio, o luar cresce limitado por
sombras-cadências
[tateando as horas, admito a exatidão das minhas perdas, subscrevo o lamento do próximo amanhecer e afogo-me nos cantos hipócritas da minha alma]
4 comentários:
Tua cidade de restos estraçalhados é tão humana, poeta, mas tão terrivel e desconcertantemente humana. Demasiado humana, a tua cidade da madrugada de formas indefinidas, os sentidos pobres, torpes, podres. Bendita a tua cidade, tão real e dura.
poesia-prosa ácida, cortante, Douglas. 2 blogs de textos de alto nível, então!! vou vir aqui com mais freqüência.
no blog de rock (http://deadmenandlollypops.blogspot.com) tem um texto sobre o Floyd. Passe lá.
saudações
afogar, afogar...
r
.u
..i
...r
....em si...
mas é isso aí...
necessidade de reiventar-se...
ou de se conhecer, mesmo que submerso em cantos hipócritas.
Oi!
Maravilha!
*CC*
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