domingo, 5 de março de 2006





NOTAS ESPARSAS D’UMA MANHÃ SEM SOL
Haveria de ser algo que destroçasse
Nenhuma palavra poderia escapar
Dos nossos corpos suados e sós
Largados na cama como sobras
Disfarçando o amor até a medula
Na cômica cadência moribunda de cada dia

Haveria de ser algo que rasgasse
Nenhum sentimento poderia saber
Dos nossos mudos dissabores e nós
Amedrontados nos ossos sem fé
Cuspindo nas almas o escárnio
Na trágica dormência dos desejos descumpridos.

2 comentários:

Anônimo disse...

escárnio e desejos descumpridos, não poderia ser mais propícia esta leitura meu caro.

Saudações

Bell... disse...

pena que vc não achas que eu estou nos que te acolheram...
que lástima à ser pensada....

bjs*