redon
madrugada,
apenas outra madrugada
acobertando palavras
engasgadas na alma
tiquetaqueando o medo
fingidor de quem sou
(perdoa-me por não ter
de deus escapado aos afagos
e buscado a esperança
nos jardins da minha infância:
eu não soube alcançar os abismos teus)
madrugada,
e o peso de outra manhã
a aproximar-se daqui
apenas outra madrugada
acobertando palavras
engasgadas na alma
tiquetaqueando o medo
fingidor de quem sou
(perdoa-me por não ter
de deus escapado aos afagos
e buscado a esperança
nos jardins da minha infância:
eu não soube alcançar os abismos teus)
madrugada,
e o peso de outra manhã
a aproximar-se daqui
inevitavelmente lúcida e conhecedora
de mim os demônios irascíveis
(escavo velhos refúgios
pedaços desertos de fé
para que eu possa saltitar sobre a dor
antes que o sol de ti revele as sobras:
eu não pude enfrentar os caminhos meus)
de mim os demônios irascíveis
(escavo velhos refúgios
pedaços desertos de fé
para que eu possa saltitar sobre a dor
antes que o sol de ti revele as sobras:
eu não pude enfrentar os caminhos meus)
6 comentários:
A fé, por vezes, é o principal refúgio duma alma farta de dor. Mas, pergunto-me eu quase todos os dias, no que ter fé?
E assim caminho.
Abçs
Não se pode enfrentar tudo...
Adorei...
Beijos...
:)
Madrugada... Te espero para desvendar as sombras.
Adoro a madrugada.
Um beijo
Joana
menino que brincava com soldadinhos de chumbo, só com doses de veneno nas veias é que se consegue atravessar as madrugadas misturando lembranças e solidão.
levei, ta lá.
abraço
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